A Terceira Onda. Onde vai ficar o Brasil na nova ordem econômica, política e social que está surgindo?

Muitas matérias trazem análise da economia mundial aclarando as diversas formas que tem se apresentado como também a tendência de para onde vai, ou seja, o que devemos esperar do futuro.
Essa discussão também serve para colocarmos em cheque a situação do Brasil frente à nova ordem econômica, política e social com estas significativas mudanças ocorridas durante a história da humanidade.
A primeira onda como classificam os autores ou a primeira fase foi quando a raça humana passou de uma civilização tipicamente nômade para uma civilização basicamente agrícola, sedentária.
Já a segunda mudança foi à transformação da raça humana que de agrícola passou a viver mais industrialmente.
E, por fim, a atual terceira mudança ou ainda muita chamada de Terceira onda, uma revolução não só econômica política e social, como também tecnológica.
Diante desta evolução histórica, podemos compreender ou dizer que o Brasil de um certo modo evoluiu rapidamente e utilizou-se desses avanços para crescer e desenvolver sua economia, sua política e o seu social.
Entendemos que deve ser cuidadosamente analisado é se o Brasil está preparado para enfrentar esta nova onda ou o momento atual e futuro próximo, sem sofrer conseqüências mais sérias, o que nos deixa dúvidas para uma reposta exata para a pergunta chave proposta no título.
Um país bem estruturado tem perfeitas condições de enfrentar qualquer mudança e consegue adaptar-se a elas. Ocorre que, no Brasil, não possuímos uma estrutura bem definida, ou seja, crescemos, avançamos, mas temos muitas carências.
No contexto geral diferenças entre as classes sociais, o que acaba gerando sérios e intermináveis conflitos, o que de certa forma atrapalha o crescimento e o rumo que deve seguir uma nação da grandiosidade do Brasil.
Temos visto que os diversos autores apontam que a grande diferença entre as três ondas é a existência de um sistema diferenciado de criar riquezas e isso é primordial, é essência do desenvolvimento econômico.
Deveremos ter imaginação para que o Brasil possa criar riquezas com tanta diversidade cultural, social, política, etc… Para que essa onda tecnológica consiga atingir o Brasil faz-se necessário criar e aperfeiçoar na população um conhecimento técnico que propicie este desenvolvimento, conhecimento este que exige muito mais das pessoas, de quando houve as mudanças passadas. Naquelas, o aprendizado era mais fácil, muitas vezes vinha de pai para filho e não necessitava de conhecimentos gabaritados. Parece incontroverso que o conhecimento deixou de ser um meio adicional de produção de riquezas e passou a ser o meio dominante. Hoje, quem não tem uma instrução relativamente considerável e uma qualificação significante não consegue um bom emprego, ou realizar-se profissionalmente e acaba sendo subordinado desta terceira onda.
O que existe hoje é uma diversidade de canais de distribuição. A televisão tem sido um dos exemplos muitas vezes citados. Quantos canais de noticiário podem ser assistidos, ressaltando, entretanto que este tipo de informação é restrito a apenas uma parte da população, que por falta de condições não podem se enquadrar nos requisitos exigidos para formar a terceira onda.
O trabalho, que nas primeiras mudanças era físico e muscular agora é intelectual. Exige-se que o trabalhador seja preparado intelectualmente, criativo para que torne produtivo o seu local de trabalho.
É perfeitamente possível dizer que o Brasil ainda tem muito a evoluir. O Brasil vive uma constante diversidade, não só social e econômica, como geográfica também, posto que é visível no país a existência das três ondas conhecidas. O Brasil que faz parte dessa “terceira onda” precisa promover ajustes de algumas questões de fundamental importância, como a diferença de classes sociais e a má distribuição de renda entre as classes trabalhadoras. Enquanto este tipo de problema não for solucionado o Brasil para participar dessa mudança, terá muita dificuldade.
Cumpre destacar um outro fator importante que dificulta o desenvolvimento do Brasil, qual seja, a dependência financeira com os países desenvolvidos, que deixa o país extremamente dependente das grandes potências, limitado a criar e desenvolver perspectivas de crescimento.
Diante de todos estes pontos abordados, notamos que o Brasil trilha dificuldades para entrar nesta ”terceira onda”, necessita de mais autonomia, pois os recursos próprios existem, mas parece que estes recursos não são bem explorados pelos brasileiros, os estrangeiros parecem que enxergam com mais clareza, mas temos certeza que o Brasil será uma das potências do futuro próximo e estará inserido naquele bloco que comandará as ondas que estão por vir. (quem viver verá).

ESTANISLAU EMILIO BRESOLIN
Advogado e Presidente da FHORESC
Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de SC.